PROJETO DE LEI Nº 540/2021
EMENTA:
INCLUI O DIA DO ANIVERSÁRIO DO BAIRRO DO ANDARAÍ NO CALENDÁRIO OFICIAL DA CIDADE CONSOLIDADO PELA LEI Nº 5.146, DE 2010
Autor(es): VEREADOR MARCIO RIBEIRO
A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
D E C R E T A :
Art. 1º Fica incluída, no § 9º do art. 6º da Lei nº 5.146, de 7 de janeiro de 2010, a seguinte data comemorativa:
Dia do Aniversário do Bairro do Andaraí a ser comemorado anualmente no dia 21 de setembro.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Plenário Teotônio Villela, 3 de agosto de 2021.
VEREADOR MARCIO RIBEIRO
JUSTIFICATIVA
O presente projeto de lei visa instituir no Calendário Oficial da Cidade do Rio de Janeiro o aniversario do bairro do Andaraí.
O Andaraí é um dos bairros mais antigos da cidade. Seu nome provém da composição entre duas palavras indígenas, andyrá, “morcego”, e ‘y, “rio”, significando “rio dos morcegos”, na língua tupi antiga dos índios Tamoios que habitavam a região. O “rio dos morcegos”, hoje, é denominado Rio Joana. Ele atravessa o bairro, dividindo as duas pistas da Rua Maxwell.
Ocupado por padres jesuítas no século XVI para o cultivo de cana-de-açúcar, o antigo Andaraí era subdividido em Andaraí Grande (Andaraí atual, Vila Isabel, Grajaú e Aldeia Campista) e Andaraí Pequeno (Tijuca). Já no século XIX, o termo “Andaraí Grande” foi abolido, dando origem aos bairros de Vila Isabel (1873), Aldeia Campista e Grajaú (1912). O Andaraí é citado no livro Helena, de Machado de Assis. A primeira rua aberta no bairro foi a “Estrada do Andarahy”, em 1875, hoje Rua Barão de Mesquita.
A partir de meados do século XIX, o Andaraí tornou-se um bairro industrial, com a instalação da primeira fábrica de tecidos do Rio de Janeiro: a Fábrica São Pedro de Alcântara de Tecidos de Algodão.
Em nossa concepção, não se pode falar em bairro antes de um povoamento urbano e é a partir de 1847 que o Andaraí se tornará um bairro fabril e manterá essa característica durante boa parte do século XX. Foi na data de 28/09/1847 que Diogo Hartley, proprietário da “Fábrica São Pedro de Alcântara de Tecidos de Algodão”, obteve empréstimo do governo imperial para seu empreendimento instalado na Estrada do Andarahy.
Ao lado da fábrica, foi fundado o Hospital Militar do Andarahy Grande, onde atualmente é o Batalhão Zenóbio da Costa (1º Batalhão da Polícia do Exército), localizado entre a Rua Barão de Mesquita e a Avenida Maracanã.
Outros estabelecimentos industriais e comerciais estabeleceram-se posteriormente no bairro, como América Fabril (onde atualmente localizam-se a ASBAC, a sede de Compensação Nacional do Banco do Brasil e o Núcleo Habitacional Solaris da Torre mais conhecido por “Tijolinho”), Knoll, Atkinson e a Companhia Hanseática (onde funcionou a Cervejaria Brahma até final da década de 1990, área atual do Supermercado Extra, na rua José Higino), entre outros estabelecimentos menores.
Em virtude da intensa industrialização do bairro, vilas operárias foram se formando no entorno das fábricas. Atualmente muitas das moradias dos antigos operários ainda estão preservadas. Já, no século XX, o bairro deixou de lado sua virtude apenas industrial e passou a ser também um bairro residencial, com a construção de inúmeros condomínios e edifícios.
Neste século também, estabeleceu-se, no bairro, o estádio do América Football Club, na Rua Barão de São Francisco (onde, em 1996, foi construído o Shopping Iguatemi). A partir do surgimento do Estado da Guanabara, os limites do Andaraí foram reduzidos e definidos como começando na Praça Lamartine Babo, entrando pela Rua Gonzaga Bastos e subindo em toda a extensão da Rua Teodoro da Silva; dobrando na rua Barão do Bom Retiro, subindo a Rua Borda do Mato até a serra; seguindo por toda a extensão da rua Uruguai até o Rio Maracanã, onde se limita com a Tijuca, só não lhe pertencendo a rua Espírito Santo Cardoso.
Além disso, nos anos de 1980, a antiga associação de moradores AMARAÍ comemorava na terceira semana de setembro, a partir do dia 21 de setembro a “Semana do Andaraí” que coincidia com o início da Primavera.
As informações acima descritas contaram com a pesquisa e colaboração dos professores Marcelo Sant´Anna e Fábio de Carvalho.