PROJETO DE LEI Nº 317/2021
EMENTA:
INCLUI O DIA DA RESPOSTA HISTÓRICA CONTRA O RACISMO NO FUTEBOL NO CALENDÁRIO OFICIAL DA CIDADE CONSOLIDADO PELA LEI Nº 5.146, DE 2010
Autor(es): VEREADOR TARCÍSIO MOTTA, VEREADOR CESAR MAIA, VEREADOR DR. CARLOS EDUARDO, VEREADOR PAULO PINHEIRO, VEREADOR CHICO ALENCAR, VEREADOR INALDO SILVA, VEREADORA THAIS FERREIRA, VEREADOR JORGE FELIPPE, VEREADORA TAINÁ DE PAULA, VEREADORA MONICA BENICIO, VEREADOR MARCIO RIBEIRO, VEREADOR WILLIAM SIRI, VEREADORA TERESA BERGHER, VEREADOR DR. MARCOS PAULO
A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
D E C R E T A :
Art. 1º Fica incluída no § 4º do art. 6º da Lei nº 5.146, de 7 de janeiro de 2010, a seguinte data comemorativa:
– Dia da Resposta Histórica contra o racismo no futebol, a ser comemorado anualmente no dia 7 de abril.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Plenário Teotônio Villela, 18 de maio de 2021.
JUSTIFICATIVA
Em 1924 o futebol ainda era um esporte bastante elitista que rejeitava a participação de atletas negros e pobres. Naquele ano, a Associação Metropolitana de Esportes Athléticos (AMEA), que reunia diversos clubes da elite carioca e passaria a organizar as competições, recusou a inscrição do Vasco, que só poderia se filiar à nova entidade caso dispensasse doze de seus atletas (todos negros e operários) sob a acusação de que teriam “profissão duvidosa” e que não apresentavam “condições sociais apropriadas para o convívio esportivo”.
Contudo, por trás das justificativas oficiais ficava nítido o preconceito e o racismo dos adversários contra um time então formado por negros e operários oriundos das áreas pobres da cidade.
O Club de Regatas Vasco da Gama recusou a proposta de excluir seus jogadores e no dia 7 de abril de 1924, o então presidente do clube enviou uma carta resposta à ao presidente da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos, que ficou conhecida como “Resposta Histórica” e como um marco da luta contra a discriminação racial no futebol brasileiro.
A Resposta Histórica foi um passo fundamental para que futebol brasileiro se tornasse um esporte mais popular e diverso, possibilitando assim o surgimento de diversos gênios da bola, oriundos de famílias pobres e/ou negras, como Pelé, Garrincha, Didi e muitos outros.