PROJETO DE LEI Nº 288/2021

EMENTA:

INCLUI O DIA DE NOSSA SENHORA DA PAZ, PADROEIRA DO BAIRRO DE IPANEMA, NO CALENDÁRIO OFICIAL DA CIDADE CONSOLIDADO PELA LEI Nº 5.146, DE 2010.

Autor(es): VEREADOR MARCIO RIBEIRO

A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO

D E C R E T A :

Art. 1º Fica incluída no § 7º do art. 6º da Lei nº 5.146, de 7 de janeiro de 2010, a seguinte data comemorativa:

Dia de Nossa Senhora da Paz, padroeira do Bairro de Ipanema, a ser comemorado anualmente no dia 9 de julho.

Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

 

Plenário Teotônio Villela, 3 de maio de 2021.

MARCIO RIBEIRO
Vereador – AVANTE

 

JUSTIFICATIVA

A cidade do Rio de Janeiro é conhecida pela riqueza de suas igrejas coloniais, o esplendor dos interiores dos templos cariocas refletia a importância que a cidade assumiu no cenário político do Brasil colonial, que se reafirmou à época do Império, continuando no período republicano.

O Monsenhor Joaquim Alvim, então pároco de Copacabana, há tempos insistia que fosse criada uma nova paróquia, iniciando, ele mesmo, em fins de 1918, as obras da futura matriz, a nossa querida Nossa Senhora da Paz, na então Rua 20 de Novembro, mais tarde Visconde de Pirajá. Procurou, por todos os meios, que os franciscanos assumissem a direção e o prosseguimento das obras, o que de fato aconteceu, até que em junho de 1920 foi apresentado à Cúria Arquidiocesana o primeiro pároco, o reverendíssimo padre frei Domingos Schmitz, e seu nome homologado pela autoridade eclesiástica.

As obras, porém, caminhavam a passos lentos. Era uma luta insana angariar fundos para levá-las adiante. Construiu-se, então, uma vasta sacristia para as celebrações, sendo a primeira missa realizada em 1º de maio de 1921. Mas já no dia 15 de agosto do mesmo ano, as missas eram transferidas para a capela-mor da nova matriz.

A imagem de Nossa Senhora da Paz (vinda da França), que se achava ainda na matriz de Copacabana, foi benta no dia 14 de agosto, tendo na cerimônia, como paraninfa, a senhora Laurita Pessoa, esposa do excelentíssimo senhor presidente da República, Epitácio Pessoa, e o senhor Barão Schmitz de Vasconcelos. De lá, veio em triunfo pela Avenida Atlântica, acompanhada de compacta e emocionada multidão.

A primeira festa foi celebrada no dia 9 de julho de 1922, dia de Nossa Senhora da Paz. Mas quase nada foi feito porque o povo, com medo da revolução que eclodia no Forte de Copacabana, fugiu para lugares mais seguros, embora por poucos dias. No entanto, de muitas outras partes da cidade acorreram muitos devotos para agradecerem a Nossa Senhora da Paz terem escapado em paz e ilesos.

Na Igreja foram registrados fatos marcantes na vida de muitas pessoas, como o casamento do falecido presidente Juscelino Kubitschek com Dona Sarah, em 30 de dezembro de 1931, e o falecimento do grande compositor Pixinguinha, em 1973, que viera para ser padrinho de batismo. Por este motivo, até hoje a Banda de Ipanema, ao passar pela Igreja, faz uma pausa, em reverência a este grande compositor.

Muitas outras coisas poderiam ser mencionadas. Citar nomes ou fatos envolvendo pessoas do passado ou da época atual nos daria sempre uma sensação de injustiça, porque são tantos os sacerdotes e leigos que se doaram e se doam inteiramente à paróquia, que certamente alguns ficariam esquecidos.

A importância de Nossa Senhora da Paz para o bairro é imensurável a partir da fundação da Paróquia Nossa Senhora da Paz, que trouxe desenvolvimento e povoamento ao bairro. Tornar Nossa Senhora da Paz padroeira do bairro de Ipanema é reconhecer tamanha relevância religiosa e cultural. Portanto, pela sua relevância para o bairro e conexão inter-religiosa, submeto a presente Proposição à apreciação dos meus pares.

 

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