PROJETO DE LEI Nº 2128/2023
EMENTA:
DÁ O NOME DE LARGO MONSENHOR JOSÉ ROBERTO DEVELLARD (1945/2020) AO LARGO INOMINADO LOCALIZADO NO CRUZAMENTO DA RUA JOAQUIM NABUCO, RUA BULHÕES DE CARVALHO E RUA CONSELHEIRO LAFAIETE EM COPACABANA
Autor(es): VEREADOR MARCIO RIBEIRO
A CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO
D E C R E T A :
Art. 1º O Poder Executivo passará a denominar de Largo Monsenhor José Roberto Devellard (1945/2020) ao logradouro público localizado no cruzamento da Rua Joaquim Nabuco com a Rua Bulhões de Carvalho e a Rua Conselheiro Lafaite em Copacabana.
Art. 2º Na execução desta Lei, o Poder Executivo observará a Lei nº 20, de 3 de outubro de 1977.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Plenário Teotônio Villela, 30 de maio de 2023.
JUSTIFICATIVA
Padre José Roberto Devellard nasceu em 30 de janeiro de 1945 e foi ordenado em 14 de setembro de 1973, completando 47 anos de sacerdócio, coincidentemente na mesma data (14/09) que faleceu.
A trajetória religiosa do monsenhor começou aos 15 anos, quando foi convidado pelo pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, no Cachambi, na zona norte do Rio, que frequentava com a família, para ingressar no Seminário Arquidiocesano de São José. Foi ordenado em 1973. A turma do monsenhor foi a primeira a ser realizada na Catedral de São Sebastião, após a inauguração.
Enquanto era seminarista, trabalhou na Paróquia Nossa Senhora das Dores e São Judas Tadeu, em Anchieta, na Paróquia Nossa Senhora do Rosário, no Leme, e foi professor nos colégios São Paulo e Santo Inácio.
Após ser ordenado, foi pároco na Paróquia São Tiago Apóstolo, no Lins de Vasconcelos, antes de assumir a Paróquia da Ressurreição. A igreja ficava no galpão de uma fábrica de papelão e, com ajuda da comunidade ele construiu a igreja, o centro comunitário e a casa paroquial.
Em 2 de maio de 1994, recebeu o título de cônego na Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e, desde 11 de abril de 2001, era capelão de Sua Santidade, título concedido pelo Papa São João Paulo II.
Estudou em Roma, na Itália, onde cursou missiologia, com tese de arte sacra, na Universidade Gregoriana, e teologia, com tese em catequese, na Universidade Laterana. Foi professor de ética na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), de arte sacra e homilética, no Seminário São José, diretor do Museu de Arte Sacra e coordenador da Comissão de Arte Sacra da Arquidiocese do Rio. Era também membro da Comissão de Preservação do Patrimônio Histórico e Cultural.
O padre foi responsável pela Paróquia da Ressurreição, no Arpoador. Ele tinha 75 anos e estava há 34 à frente da igreja da Rua Francisco Otaviano. O pároco também fazia um trabalho de catequização na Capela da Anunciação, na comunidade Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, onde distribuía cestas básicas a famílias carentes.
Muito querido pelos fieis, Padre José Roberto sempre celebrou missas cheias na Paróquia da Ressurreição. Era conhecido como um padre carismático e com grande poder de comunicação entre os jovens, o que fazia com que sua “Missa das Crianças”, nos domingos, ao final da tarde, fosse muito disputada pelos filhos e netos dos fiéis que já lotavam a igreja pela manhã, na missa das 10h30. Nessas ocasiões, não era raro ele citar letras de canções de Roberto Carlos, Cazuza, e de bandas como os Beatles, enquanto pregava.
Era um padre que ia além de teorias e discursos: em 2015, quando os arredores da igreja sofriam com frequentes arrastões na saída da praia, Devellard resolveu uniformizar, com camisetas amarelas e estampadas com fotos de santos, cerca de 250 crianças e adolescentes das comunidades do Cantagalo e Pavão-Pavãozinho. “É para evitar que sejam confundidos com infratores. Isso é triste demais, não deveria ser normal, mas acontece muito”, disse o padre, à época.
Também foi sob sua influência que foi instalado um posto médico no Pavãozinho que ele consumava chamar carinhosamente de “Pavão D’Or”. Todos os anos no Natal, promovia junto aos fiéis uma grande campanha em que arrecadava brinquedos novos para as crianças da Comunidade que os recebiam numa alegre festa de Natal que mobilizava e unia moradores de todas as classes sociais.
Por toda importância do homenageado, peço aos nobres pares a aprovação desta importante proposição legislativa.